O ranking publicado pela coluna de ontem, comparando a mortalidade por Covid de Santa Maria com a dos países do planeta, chamou a atenção pela gravidade da situação, pois o índice é um pouco acima da média do Estado e do Brasil e está entre os maiores do mundo. Se a cidade fosse um país, Santa Maria estaria com uma taxa de mortalidade semelhante à do 9º país com mais mortes a cada 1 milhão de habitantes.
Há vários indicadores e maneiras de analisar os dados da pandemia. Por outra ótica, analisando a taxa de mortalidade (óbitos a cada 100 mil habitantes) dos 497 municípios gaúchos, Santa Maria está na 139ª colocação - vem subindo, pois, em 12 de abril, era a 184ª colocada no Estado. Ou seja, apesar de a taxa ser alta em comparação com o restante do mundo, não estamos com os piores resultados se formos comparar com a realidade dos municípios gaúchos. O problema é que as mortalidades do Rio Grande do Sul e do Brasil já são bem elevadas, ficando em 8º e 11º lugares no mundo. Ou seja, não é um problema exclusivo de Santa Maria, mas decorre da realidade nacional dramática.
Santa Maria tem 22 escolas com casos de Covid
Além disso, entre 20 cidades gaúchas com mais mortes por Covid, Santa Maria está em 8º lugar no total de óbitos, mas isso tem a ver com o fato de sermos uma das cidades mais populosas do Estado. Entre essas 20 cidades, Santa Maria é a 6ª com menor taxa de mortalidade (índice de 226,1 óbitos a cada 100 mil habitantes), ficando em situação bem melhor do que municípios como Canoas, que é a 14ª pior entre as 497 cidades gaúchas e tem índice de 397,7 óbitos/100 mil habitantes.
Apesar de todas essas análises, que podem ser mais ou menos favoráveis, de acordo com a comparação que é feita, o índice de mortes de Santa Maria não deixa de ser preocupante, até porque, só nos últimos dois meses, 300 santa-marienses perderam a vida para a Covid. Não podemos achar isso normal.
Dados disponíveis a todos, justamente para corrigir rumos
Esses dados do gráfico foram retirados do site https://ti.saude.rs.gov.br/covid19/, livres para a consulta da população e autoridades. Até porque é fundamental termos informações e comparativos para analisar qual a realidade de cada cidade e ajudar a identificar problemas para solucioná-los. Além de óbitos, Estado e prefeituras avaliam dados como de novos casos de Covid, índice de ocupação de hospitais, entre outros. Os gestores públicos têm a obrigação de avaliação constante para tentar corrigir rumos, quando possível. Claro que, numa pandemia como essa, a população também tem parcela de responsabilidade, já que cada decisão pessoal pode impactar em mais ou menos contaminações por Covid.
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É só coincidência ou devemos saber o que está sendo feito de diferente em Santa Cruz e em Caxias do Sul, onde as taxas de mortalidade são as menores entre as 20 maiores cidades? E o que está ocorrendo de errado em Esteio, Sapiranga e Canoas, que têm mortalidades quase o dobro de Santa Maria? É só questão geográfica ou de hábitos do povo? Algo pode ser feito diferente aqui para melhorar nossos índices? Cobrei do prefeito Jorge Pozzobom o que pode ser feito. Leia neste sábado as respostas dele.
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